Maquiagem adulterada é um risco para os olhos
Entre brasileiras a maquiagem é o principal veículo de desconforto nos olhos, mostra levantamento.
Saiba como se proteger
Que a mulher brasileira não dispensa produtos de beleza ninguém duvida. Prova disso, é o resultado do último relatório da Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal e Cosméticos (ABIHPEC). A expectativa da associação é que em 2017 o setor volte a crescer depois de dois anos de queda nas vendas por conta da crise econômica.
Mas nem tudo é uma beleza para a mulher brasileira. Levantamento feito pelo oftalmologista Dr. Leôncio Queiroz Neto, mostra que 15% delas chegam ao consultório com os olhos vermelhos, coceira, visão embaçada e sensação de areia nos olhos causado pelo compartilhamento da maquiagem com amigas ou pelo uso de produtos vencidos. O especialista afirma que maquiagem é igual a escova de dente – pessoal e intransferível – não pode ser compartilhada. Isso porque, cada pessoa tem um tipo de flora bacteriana e o compartilhamento aumenta o risco de contaminação da conjuntiva e da córnea.
O médico conta que algumas pacientes questionam se tem algum problema pingar soro fisiológico no rímel e hidratante na sombra cremosa para aumentar a duração. ”Adulterar um produto antecipa seu vencimento”, afirma. A evidência disso, além da alteração induzida na consistência, é a mudança na cor e cheiro, indicativos de que o melhor lugar para o produto é o lixo, completa.
A dica para aliviar o desconforto é aplicar compressa fria de água filtrada por dois dias. Caso o desconforto não desapareça recomenda consultar um oftalmologista. Quem insiste no uso de maquiagem vencida antes do prazo de validade pode ter reação alérgica recorrente, uma porta aberta para contrair astigmatismo e até ceratocone pelo hábito de cocar os olhos.
Risco para pálpebras
Queiroz Neto afirma que nos dias quentes o aumento da oleosidade da pele somado ao excesso de maquiagem predispõem à blefarite, inflamação das pálpebras que pode desencadear, o terçol um carocinho dolorido no canto do olho. Quando esta inflamação obstrui as glândulas sebáceas de Meibomius na borda dos cílios forma o calázio, granuloma que geralmente precisa de intervenção cirúrgica para ser retirado. Tanto na blefarite, como no terçol e no calázio a recomendação do oftalmologista é aplicar compressas mornas de água filtrada 2 a 3 vezes ao dia, higienizar duas vezes ao dia a borda da pálpebra com cotonete embebido em xampu infantil que tem PH neutro ou com lenços umedecidos utilizados na limpeza dos olhos após cirurgias, massagear as pálpebras com movimentos circulares e horizontais duas vezes por semana e incluir fonte de ômega 3 na alimentação como as nozes e a semente de linhaça, interromper o uso de maquiagem e o de lente de contato até a completa recuperação.
Maquiagem segura
As recomendações do oftalmologista para uma maquiagem segura são:
- Não compartilhe maquiagem com amigas.
- Evite aplicar na região dos olhos produtos dos provadores de lojas. Podem contaminar seus olhos.
- Não adicione nenhum componente à sua maquiagem ou cosmético para evitar que perca a validade antes do vencimento.
- Jamais use maquiagem vencida.
- Descarte todo produto com alteração na cor, consistência ou cheiro mesmo que esteja dentro do prazo de validade.
- Evite aplicar maquiagem na borda interna das pálpebras.
- Se usar lente de contato, coloque-a antes de se maquiar e tome cuidado para que a maquiagem e cremes não penetrem no olho.
- Caso seja alérgica ou tenha a pele sensível dê preferência aos produtos hipoalergênicos.
- Guarde os produtos em local livre de umidade e bem fechados.
- Lave cuidadosamente os pincéis e esponjas após o uso.
- Só compre produtos dermatologicamente testados.
- Retire completamente a maquiagem antes de dormir com movimentos de fora para dentro para evitar que penetre nos olhos.
- Evite pressionar a superfície do olho para não lesar a córnea.
- Nunca durma maquiada.
- Lave os olhos e consulte um oftalmologista a qualquer desconforto.
- Esqueça o permanente e o alongamento dos cílios caso seja alérgica.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto Penido Burnier
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